Um bocadinho no seguimento do artigo, de vertente mais motivacional, que escrevi sobre como ultrapassar o Medo da Exposição, surge agora este que visa desconstruir uma das razões que é muitas vezes invocada como justificação para não se fazer acontecer e que consiste em adiar um projecto porque ainda não se tem o equipamento “correcto” (a tal máquina, o microfone, o estabilizador…), as competências, o curso ETC. ETC. ETC. You Name It!
E o que eu tenho a dizer sobre isso é CAGA NISSO TUDO. Desculpem lá a linguagem mais gráfica, mas sinceramente, não encontrei uma forma mais harmoniosa de dizer isto looool
Não compares o Teu Início com o Destino de Outra Pessoa
Aquele criador de conteúdo que tu admiras e que tem conteúdo top num formato de alta qualidade também começou por algum lado e fez uma caminhada até chegar onde está hoje. O problema é que muitas vezes comparamos o nosso início com o destino de outra pessoa. Então deixo-te o desafio de ires bem lá atrás de um criador de conteúdo que admires e vejas o seu ponto de início.
Os criadores de conteúdo que admiro e que reconheço hoje em dia uma qualidade técnica muito alta são os primeiros a dizer que os seus primeiros conteúdos eram bastante mais fracos em comparação com o que fazem actualmente e dizem inclusive que não apagam esses conteúdos do seu histórico, porque querem que fique disponível para que todos possam ver a sua evolução e porque lhes relembra o quanto já evoluíram.
E parte da gratificação de avançar com um projecto online é precisamente trilhar esse caminho e tirarmos prazer do processo de aprendizagem que inevitavelmente acontece ao longo do mesmo. Para a tua audiência, observar e acompanhar a tua evolução também pode ser interessante e mesmo que não o seja para algumas pessoas, está tudo bem, quer dizer que essas pessoas não eram o teu público. Se te dá prazer, se sentes que é por aí CONTINUA!
Feito é Melhor que Perfeito?
SIM, SIM, SIM! Começa com o que tens. Hoje em dia, basta um telemóvel para gravar um vídeo para o Youtube, um Poscast, iniciar um blog etc. Aliás, eu sou mesmo apologista que comeces com o que tens e que não invistas logo uma pipa de massa em equipamento, porque só começando é que vais ter a certeza se queres continuar com o projecto. E se descobres que afinal não gostas de fazer nada disso?
Quando a coisa se tornar realmente séria e for mesmo importante para ti, então começa a poupar para investires e elevares o nível. Sabias que este blog começou numa versão gratuita do blogger? Quem é desse tempo que comente! Adoraria saber 😀 Ao fim de um tempo, tive a certeza que este era um projecto para continuar e senti necessidade de torná-lo mais profissional, por isso investi e contratei os We Blog You para me fazerem este site lindo e pago todos os anos o alojamento e domínio da Ilhoa.pt
Eu, um dia, também já fui muito perfeccionista e muito dificilmente lançaria alguma coisa sem achar que estava perfeito. Até que descobri que feito é melhor que perfeito, sabes porquê? Porque nunca vai estar perfeito! De todas as vezes que revires o teu trabalho, vais encontrar uma coisa para melhorar. Isso lembra-me tanto a minha Tese de Mestrado. Uma Tese é um trabalho muito grandioso que acabamos por ler umas milhentas vezes. E mesmo depois de rever milhentas vezes eu encontrava gralhas, como é possível?! :O é mesmo assim. Ainda cheguei a fazer uma errata, já depois da tese ter sido entregue e depois de defendida e com nota atribuída continuei a encontrar erros que não tinha visto até então. Isso acontece com tudo e com todos. Vocês não encontram erros em livros que lêem? Eu encontro sempre e se pensarmos na quantidade de pessoas pelo qual aquele livro já passou para ser publicado, é algo inesperado, mas a vida é mesmo assim.
Não estou com isso a dizer que deves lançar uma treta qualquer, que tu próprio não acreditas. Nada disso. Esforça-te, dá o teu máximo dentro das tuas possibilidades / circunstâncias e bota cá para fora.
Mensagem é Mais Importante que Formato?
Se achas que tens algo a dizer ao mundo e que poderá fazer a diferença na vida de alguém, quer seja numa vertente mais educacional ou mesmo de entretenimento, então é teu dever passar essa mensagem, independentemente das condições que tenhas para formatar essa mensagem. A mensagem / conteúdo está acima de qualquer coisa e não deves privar as pessoas disso, mesmo que não tenhas o equipamento e as competências XPTO. Mensagem / conteúdo é mais importante que formato.
A Prática Faz A “Perfeição”
O segredo está em disponibilizares-te e teres abertura para fazeres muitos maus vídeos, gravares péssimos episódios de podcasts, escreveres maus artigos, tirares más fotografias.
O que interessa é começares, seja qual for o teu ponto de início e treinares, treinares, treinares. Garanto-te que há de chegar uma altura que irás atingir aquele nível que é perfeito para ti e vais ficar orgulhoso do teu percurso 🙂
Se tiveres algum pensamento sobre este assunto, partilha comigo 😉
Concordo, mas, como diria a Ana Martins (Annieway), “Feito é melhor que perfeito, mas bem feito!” e com isto quero dizer que obviamente não devemos procrastinar eternamente mas ter consciência de que o que neste momento pomos “no mundo” significa isso mesmo… que hoje escrevemos para 100 pessoas mas amanhã para 1000 e que devemos ter cuidado com o que mostramos ao mundo!
Se ainda não temos a câmara XPTO filmemos com o telemóvel, sem dúvida, mas NUNCA pondo em risco o conteúdo a transmitir… E eu acho que muitas pessoas se “camuflam” nas suas “fracas ferramentas” para entregarem conteúdo igualmente fraco e para, ao se compararem com pessoas que têm aparentemente mais ferramentas poderem dizer que só não fazem igual porque não têm a máquina XPTO…
Tenho neste momento em mãos o meu próprio projeto e sei que se tivesse outra experiência ele poderia ser muito melhor, claro, mas daqui a 1 ano quando eu souber mais e olhar para o que faço hoje nunca irei sentir vergonha porque o mais importante está lá! A honestidade, a transparência, a vontade de transmitir o melhor possível, com clareza, leveza e se possível de uma forma bonita!
Dito isto, é uma batalha para mim também minimizar os custos que tenho nesta fase tão recente do meu projeto MAS ainda assim fazer algo de que me orgulhe sempre.
Beijinhos!
Catarina
Obrigada Catarina por este contributo tão petinente. Sim. A falta de equipamento não deve ser desculpa para não fazer, mas também não deve ser desculpa para não darmos o nosso máximo e fazermos um bom trabalho. Beijinhos
Muito bom!
Gostei muito do artigo!
Sem dúvida, fazer com os nossos meios actuais e, quem sabe, no futuro, evoluir. 🙂
Beijinhos 😀
Ainda bem que gostaste. Agora começar a colocar em prática 😉