É com orgulho que agora posso dizer que já conheço todas as ilhas do meu arquipélago dos Açores. Isto porque, no passado mês de Setembro, estive 5 dias na ilha da Graciosa, a última que me faltava.
Chegámos à Graciosa já ao final do dia. Apanhámos um táxi para o nosso hotel (o único da ilha), fizemos o check-in e partimos a pé até ao centro da Vila de Santa Cruz, com o intuito de procurarmos um restaurante para jantar.
Já no centro, tivemos dificuldade em encontrar restaurantes, por outro lado, vimos muito cafés, mas depois de um dia de viagem, queríamos um prato de comida quente e reconfortante. Na praça central da vila encontramos o posto de turismo e resolvemos ir lá perguntar por restaurantes naquela zona e indicaram-nos o Costa do Sol.
Chegados ao restaurante Costa do Sol, deparamo-nos com uma decoração muito engraçada, com a sala toda forrada de madeira e com frases giras um pouco por todo o lado. Ficamos surpreendidos pela positiva, mas só até à comida chegar. Esta deixou muito a desejar; o meu peixe não parecia nada fresco e as lulas do Nuno estavam com um gosto a azedo. Felizmente, nenhum de nós passou mal a noite à custa disso.
Já com o estômago cheio (apesar de um pouco desconsolados) fomos passear mais um pouco pela vila e fomos presenteados com uma linda luz rosa (e mais tarde lilás) de final de dia.
Regressamos ao Graciosa Resort Hotel para uma boa noite de sono, pois no dia seguinte era dia de ir buscar o carro alugado e darmos a volta à ilha.
A ilha tem duas rent-a-cars e optamos por alugar na Graciosa Rent-a-Car, porque o preço da diária era 2 euros mais barato que na empresa concorrente e não exigiam caução.
A primeira paragem foi no porto com vista para o Ilhéu da Praia. Deste local pode-se partir de barco até ao ilhéu, para actividades de observação de aves.
Também aqui, encontramos um moinho que serve de alojamento local e por fora pareceu-nos um lugar muito catita para uma estadia 🙂
Continuando o nosso percurso, encontramos a Praia de São Mateus, um belo areal, com comprimento suficiente para uma ilha desta dimensão e que foi uma agradável surpresa.
Depois fomos em direcção ao Parque Natural da Caldeira, com o intuito de visitarmos o ex-líbris da ilha da Graciosa, a tão afamada Gruta do Enxofre.
Lá encontramos o Centro Interpretativo da Caldeira, onde tem a bilheteira e se inicia a descida à gruta. A entrada é gratuita para residentes na Região Autónoma dos Açores.
Neste centro podemos ver vários ecrãs com informações sobre a qualidade do ar dentro da gruta e é um pouco arrepiante ver alguns gráficos a vermelho, indicando perigo. Ainda para mais, quando sabemos que já morreram dois estrangeiros dentro da gruta. Porém, hoje em dia, é tudo controladíssimo e tivemos precisamente a prova disso quando estávamos a descer a torre que dá acesso à gruta.
Ainda no início da nossa descida, subitamente ouvimos das colunas que estão espalhadas pela torre, a senhora da recepção a gritar “PLEASE COME BACK!” repetidamente, “PLEASE COME BACK!”. Apanhámos um susto dos diabos e apesar de ainda estarmos bem longe da gruta, voltámos para trás por precaução.
Já lá em cima, ao ar livre, questionámo-nos se aquele aviso era dirigido a nós. Não fazia muito sentido, porque parecia que a senhora estava a falar nos altifalantes em directo e sabia que nós éramos portugueses, pois mostramos o Cartão de Cidadão para atestar a nossa residência. A não ser que aquilo fosse uma gravação.
Para além disso, não sabíamos se haviam mais pessoas lá em baixo. Aguardamos um pouco, para ver se mais alguém subia a torre. Começamos a ouvir uns passos dentro da torre e então tivemos a certeza que aquele aviso teria sido para essas pessoas que já estavam lá em baixo. Começamos de novo a descer e lá nos cruzamos com um casal sénior estrangeiro.
Já na gruta, encontramos um funcionário do centro que estava a varrer o local e ele esclareceu-nos que o aviso tinha sido para o casal estrangeiro que de forma imprudente e irresponsável tinha atravessado a vedação que tinha um grande sinal de perigo por elevados níveis de dióxido de carbono.
Há dias que é possível passar desta corrente e ir mesmo até lá baixo à gruta. Mas no dia em que nós fomos não, porque os níveis de dióxido de carbono estavam elevados.
Assim, ficamos restringidos a uma zona mais elevada, uma espécie de miradouro sobre a gruta. A gruta estava muito escura e sem tripé não foi possível fotografá-la. Mas após alguns segundos de habituação ao escuro, conseguimos perceber que a gruta tem um pequeno lago.
E porque este post já está um pouco longo, vou terminar por aqui e noutro artigo continuo o nosso roteiro pela Ilha Branca 🙂
Muito bom!!
Gostei do relato! 😀 ehehe
E que fotos!!! Adorei!!! 😀
Parabéns!
Beijinho
Obrigada pelo feedback. Amanhã será publicada a segunda parte 😉 beijinho