Fomos pela primeira vez ao Festival Tremor, que se realizou em Ponta Delgada de 04 a 08 de Abril de 2017. Esta foi a 4ª edição do Festival que para quem não conhece promete estremecer a ilha de São Miguel com com uma programação interdisciplinar que inclui cinema, concertos surpresa em locais inesperados da ilha, interacções na paisagem, workshops, festa, arte nas ruas, música na comunidade e residências artísticas.
O primeiro dia começou no Arquipélago e foi um excelente pontapé de saída com a residência artística de Volúpia das Cinzas e a música ritmada dos Gala Drop.
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Volúpia das Cinzas – Dia 04 de Abril – Tremor Festival Copyright Beatriz Ribeiro |
No segundo dia, apenas conseguimos ir ao Auditório de Camões, onde ficamos hipnotizados com a actuação de Circuit des Yeux. Haley Fohr entra em palco de forma desajeitada, de cabelo húmido sempre a tapar-lhe a cara, começa a cantar desmascarando uma voz grave fora do vulgar. Foi maioritariamente neste tom que Haley Fohr cantou, no entanto, mostrou também uma grande amplitude vocal ao chegar também a tons agudos. Para além da sua voz, também a postura da Artista tornou a actuação ainda mais enigmática; a timidez foi deveras evidente para nós, ao passo que a sua voz fluía naturalmente, o facto de ter que se expor ao público parecia um fardo enorme para Haley Fohr que quase nunca manteve contacto visual com o seu público que vibrava música, após música. No fim de uma das canções, onde os festivaleiros faziam questão de expor a sua satisfação com a actuação, o carinho do público foi tanto que Haley Forh viu-se obrigada a trocar umas palavras connosco e mais uma vez, de forma desajustada aponta para o seu baterista enquanto pronuncia o seu nome “Cooper!”. Ok Haley! Tu e o Cooper fazem uma excelente dupla, mas e tu? Quem és tu? Nisto, uma festivaleira pergunta “And?”, ao que a cantora responde devolvendo a pergunta “What is your name?”, “Mimi” responde a festivaleira e Haley (que naquela altura não sabíamos qual o seu nome) retroquiu com “Mimi! That she is everybody”. E eu só pensava “a sério que esta miúda nem o seu nome nos vai dizer!!!”.
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Circuit des Yeux – Dia 05 de Abril – Tremor Festival Copyright Nuno França |
Do dia 07 de Abril destacamos o som electrizante dos 3rd Method que colocaram ao rubro os festivaleiros que se deslocaram ao Arco 8. O teclista foi o protoganista da festa com o seu orgão suspenso e actuando em cima de uma bobine.
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3rd Method – Dia 07 de Abril – Tremor Festival Copyrught Beatriz Ribeiro |
No último dia, tentamos pregar nas diferentes “freguesias” onde decorreram as actuações quase em simultâneo e do que conseguimos assistir, o dia foi para Mão Morta e Bonga. Nem sempre foi fácil entrar nos locais devido às lotações limitadas e ao facto de este ano o Festival ter tido muita adesão. Apesar de termos conseguido ver quase tudo, por vezes foi frustrante andar com uma pulseira de 25 euros que nos deixou pendurados.
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Mão Morta – Dia 08 de Abril – Tremor Festival Copyright Beatriz Ribeiro |
Em suma, o saldo do Tremor foi positivo, saiu-se com a cabeça cheia culturalmente numa terra rodeada de mar, onde o isolamento pode por vezes tornar-nos pequeninos, mas o Tremor fez-nos sentir grandes.
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O Tremor levou-nos ao Palácio de Santana Copyright Beatriz Ribeiro |
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Até o Palácio de Santana Estremeceu Copyrught Beatriz Ribeiro
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Coelho Radioativo a fazer tremer o Palácio de Santana Copyright Beatriz Ribeiro |
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A actuação irreverente de Vive Les Cônes Copyright Beatriz Ribeiro |
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Houve um coelhinho a passear pelo Festival Tremor Copyright Nuno França |
Muito bom!
Adorei a tua análise e as fotografias! 😀
Beijinho
Obrigada por também teres contribuído com algumas fotos 🙂 beijinho
Ora essa, de nada! 😉
Beijinho