Por um mundo onde não tenha que ouvir o meu chefe a comentar a cor do meu verniz.
Por um mundo onde não seja desconsiderada como líder de um projecto quando um homem me acompanha.
Por um mundo onde o meu aspecto seja irrelevante para aferir o meu desempenho e qualificações.
Por um mundo onde possa ter voz e ser assertiva, igual a um homem, sem ser chamada de histérica.
Por um mundo onde batom vermelho não me desqualifique de concorrer à mesma posição que um homem.
Porque é que as mulheres são muito mais alvo de comentários sobre o seu aspecto, em situações nas quais nem é isso que está em debate?
Sim, somos mulheres. Sim, temos energia feminina. Não. Não temos que nos assemelhar aos homens para que nos levem a sério. Não. Não é o meu verniz amarelo e o batom vermelho que definem as minhas capacidades e competências.
Eu sou mulher. Tu és homem. Foca-te.
Historicamente, as mulheres foram reprimidas durante tanto tempo, que ainda hoje há homens que não sabem lidar com o facto de nós também termos voz e competências.
Já me senti descredibilizada só pelo simples facto de ser mulher. E não há nenhuma mulher que não saiba o que isso é. Por vezes é à descarada, mas na maioria das vezes é através de atitudes subtis.
Ainda há um longo caminho para percorrer e infelizmente continua a haver uma razão para existir o Dia da Mulher: combater a misoginia.
Aversão ou desprezo pelos indivíduos do sexo feminino.
“misoginia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/misoginia [consultado em 03-03-2021].
Em relação a este assunto, já relatei uma situação em específico, na qual fui completamente descredibilizada, apesar do projecto ser meu, só porque o meu namorado me acompanhou. Podes ler aqui (ponto 4):
Pior é quando este modus operandi se estende até aos meios de comunicação social, que deviam primar pela imparcialidade. Um exemplo disso foi destacado neste vídeo de YouTube do Johnny Harris:
Por tudo isso, o mundo precisa de mulheres que subam ao palco, que vão para a arena, que lutem para ocupar o lugar que merecem. De mulheres que deem o corpo às balas.
Mas também de homens feministas, que abracem a causa da igualdade de género.
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