Penso que já é do conhecimento geral que a Islândia é um país caro, pelo menos para os padrões portugueses. Por isso, ter este país no topo da bucket list pode ser um desafio.
Fun story (or not) de Como Conseguimos Ir à Islândia
Eu sou muito poupada e nos primeiros anos de assalariada, nos quais ainda vivia com a minha mãe acabei por poupar muito. Assim, não posso dizer que foi difícil juntar a quantia para a viagem à Islândia, para a qual defini um orçamento de 2.500 euros.
Na passagem para o ano de 2016 tomei uma resolução de ano novo significativa: após dois anos de solteira, depois de um término de uma relação longa, não ia deixar mais a minha vontade de viajar em pausa só porque não tinha companhia.
Até porque nessa altura, nem o meu grupo de amigos estava virado para viagens, pois estavam todos em situações precárias de trabalho, outros mesmo desempregados e dois emigrados. Ou seja, eu era a única no grupo com capacidade para viajar.
A verdade é que nunca me senti confortável em viajar sozinha, mas após dois anos a deixar de lado esta paixão, decidi que já era tempo de voltar a tomar as rédeas da minha vida e retomar com uma das coisas que mais felicidade me traz: viajar.
Assim, estava decidido que naquele ano de 2016 ia começar com destinos mais seguros e iria no verão à ilha das Flores e ao Corvo e no ano seguinte iria à Islândia com a minha poupança.
O destino trocou-me um pouco as voltas e em Abril de 2016 conheci o meu actual namorado, com o qual partilhei de imediato os meus planos de viagem para os próximos anos, pois ele também gosta de viajar.
Claro que quando estamos numa relação queremos partilhar estes momentos, pelo que acabei por não ir sozinha às Flores e ao Corvo.
O problema maior era a Islândia para o ano seguinte. O Nuno, com 30 anos, nunca tinha poupado na vida. Claro que soaram logo red alerts aqui à poupadinha de serviço 😱.
No final de 2016 eu fiquei efectiva e estava só à espera dessa segurança para sair de casa da minha mãe. Obviamente que estando numa relação com outra pessoa, fez sentido para nós irmos viver juntos e assim foi.
O Nuno recebia bem menos do que eu, pelo que para ele era bem mais difícil dar conta do recado. Mas eu acredito que qualquer que seja a nossa situação financeira, conseguimos sempre poupar, por muito pouco que seja. Uns conseguem poupar mais, outros menos, mas nem que seja um cêntimo de cada vez está ao alcance de todos.
Eu sei que esta premissa pode parecer utópica para muitas pessoas que estão em situação de carência financeira, mas se eu (e qualquer pessoa) não acreditar que é sempre possível poupar, então isso nunca vai mesmo acontecer, porque não nos propomos para tal.
E assim começou a minha luta para educar financeiramente uma pessoa de 31 anos. Mostrei-lhe as minhas cadernetas, os saldos das minhas contas, os juros que fui ganhando ao longo dos anos etc. E obriguei-o a abrir uma conta poupança, porque ele andava a tentar poupar numa conta à ordem, onde todos os meses o banco lhe retirava uma choruda comissão bancária.
Pessoas, eu sei que os juros das contas poupança estão pela hora da morte, mas sempre é melhor do que juntar numa conta à ordem de onde vos tiram dinheiro todos os meses. Isso é o mesmo que andar a oferecer o nosso dinheiro suado ao banco.
E quando digo que tive que o obrigar a abrir uma conta poupança não é um eufemismo, que isto de alterar mindsets e comportamentos tem muito que se lhe diga 😂
Mas resumindo a história para não vos cansar muito, ele começou a ver resultados das acções implementadas. O objectivo da poupança sempre foi a viagem à Islândia. Essa viagem que eu adiei por amor, até ele ter capacidade de ir comigo. Porque concordo com o Alexander Supertramp “Hapiness is only real when shared” (Livro e filme Into the Wild, baseado numa história verídica).
Por isso, já começam a perceber quanto tempo foi preciso para pouparmos para irmos à Islândia? Começamos em 2016 e fomos à Islândia em 2020. Ou seja, quase 4 anos meus amigos! Pois é, porque às vezes é preciso tempo para realizarmos os nossos sonhos e está tudo bem com isso!
Acima de tudo, a mensagem que eu gostaria de passar com este artigo é que se for mesmo importante para ti começa a dar passinhos pequeninos, porque mais cedo ou mais tarde vais conseguir.
Quando partilhei esta viagem nos meus stories do meu instagram @ilhoa_photo.travel.blog, recebi mais do que uma mensagem de pessoas a dizerem que gostavam muito de ir à Islândia, só que era muito caro.
Claro que lhes fazia sempre ver que para nós também não foi fácil. Não foi de um dia para o outro, é uma questão de prioridades.
Agora se não é prioridade para ti, também está tudo bem. Mas confesso que me irrita este tipo de discurso, quando as pessoas veem o resultado final (nós na Islândia) e não pensam no que é que levou as pessoas até lá. No nosso caso, posso vos garantir que foram as nossas escolhas.
Por isso, terminando numa nota positiva, se tens um destino de viagem que achas que não está ao teu alcance, desafio-te a questionares essa premissa.
Beijinhos e até à próxima 🙋♀️
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