No segundo dia das nossas férias na Ilha Terceira, acordamos com o barulho da azáfama do serviço de pequenos-almoços do Angra Bed & Breakfast, que começa às 8h00. Diria que este foi o único inconveniente de ficarmos alojados numa Guesthouse. Também não nos importamos muito. Apesar de estarmos de férias, gostamos de aproveitar bem os dias nos nossos destinos.
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Estava um esplendoroso dia de verão e decidimos ir, da parte da manhã, ao Monte Brasil, um cone abatido de um antigo vulcão submarino já extinto e que é constituído por uma caldeira, rodeado por quatro picos (pico das cruzinhas, pico do facho, pico da quebrada e o pico zimbreiro).
Ao fazermos a subida de carro ao Monte Brasil, passámos por uma área militar e a primeira paragem que fizemos foi na caldeira seca. Continuámos a subir até ao monumento da cruz do Monte Brasil, onde se tem uma vista privilegiada para Angra do Heroísmo e a sua baía.
Ainda sobre o Monte Brasil, importa referir que este foi um local importante na defesa contra piratas, com a construção do Castelo de São João Baptista, uma fortaleza Filipina e uma das maiores fortificações da época.
Depois de nos termos deixado ficar um bom bocado no Monte Brasil a apreciar a vista e à espera que um autocarro de turistas se fosse embora, estava quase na hora de almoço.
Estando na Terceira, sê Terceirense, portanto, não quisemos esperar nem mais um dia para experimentar a iguaria mais regional desta ilha, a Alcatra. E para degustar este prato regional, nada melhor que o Restaurante Boca Negra, pelo menos era o que todos nos recomendavam.
Assim, rumamos em direcção a Porto Judeu, uma freguesia que é também conhecida pela sua vista para os ilhéus das Cabras. Depois de uma pequena paragem numa espécie de miradouro para os ilhéus, lá demos de caras com o restaurante pretendido.
O Boca Negra é conhecido pelas suas Alcatras tanto de carne, como de peixe. Eu estava sedenta por uma boa Alcatra de carne, o prato original, já que a Alcatra de peixe é uma inovação dos tempos que correm.
A Alcatra de carne é apenas acompanhada por pão ou massa sovada. A carne desfazia-se na boca e o molho da alcatra era indescritível, fazendo com que o pão desaparecesse rapidamente. Ali, no segundo dia da minha viagem à ilha Terceira disse “só por esta Alcatra, esta viagem já valeu a pena”. Podia não acontecer mais nada nos dias seguintes, que aquela Alcatra já tinha merecido a viagem.
Bem saciados, resolvemos que o melhor seria desgastar um pouco deste almoço calórico no Algar do Carvão e lá fomos. O Algar do Carvão é explorado por uma entidade privada e por esse motivo o preço de entrada é elevado. Estamos habituados a pagar menos para entradas neste tipo de atracções.
Não obstante, o Algar do Carvão é um ponto de interesse obrigatório na ilha Terceira. Por isso, não foi sequer uma hipótese não comprar o ingresso e optámos até pelo bilhete combinado com a Gruta do Natal, que visitámos depois.
O Algar do Carvão é muito especial, pois é um cone vulcânico vazio visitável. Tenho a dizer que depois de visitar a Gruta das Torres na ilha do Pico e a Gruta do Carvão em São Miguel, o Algar do Carvão supera tudo, possuindo uma beleza ímpar de formações vulcânicas.
Depois de visitarmos o Algar do Carvão e a Gruta do Natal, verificamos no mapa que estávamos próximos da Lagoa das Patas. Esta Lagoa é alvo de troça e de muitas piadas por parte dos micaelenses. Porque em São Miguel temos um grande orgulho nas nossas imponentes lagoas, uma beleza natural que a Terceira não se pode gabar, gerando assim esta pequena competição.
Mas, como disse ao Nuno, não quero morrer estúpida. Gosto de ver tudo com os meus próprios olhos, por isso, vamos lá ver essa tal Lagoa das Patas! E sabem o que é que acontece quando têm as expectativas muito baixas? São surpreendidos pela positiva 😉 Fiquei muito agradada com o espaço, parece-me um excelente local para passar uma tarde, a fazer um piquenique e a relaxar ao sol, junta da lagoa, na companhia dos patos 🙂
Posto isto, já estava novamente na altura da paparoca e na Terceira fomos tão felizes nessas alturas 🙂 Fomos à nossa lista de recomendações de restaurantes e optamos pelo Restaurante Caneta, onde comi uns filetes de peixe.
Do restaurante até ao alojamento ainda tínhamos um caminho longo a percorrer. Decidimos ir pela costa e o pôr-do-sol que nos acompanhou até “casa”, foi a melhor maneira de terminar o segundo dia na ilha terceira 🙂
Até à próxima 🙂
Excelente post, como sempre! 🙂
Gostei!
Deu-me vontade de comer alcatra novamente! 😛
Beijinho